quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Apresentando a agroecologia




Agroecologia nos faz lembrar de uma agricultura menos agressiva ao meio ambiente, que promove a inclusão social e proporciona melhores condições econômicas. E também temos vinculado a ela, a oferta de produtos "limpos", ecológicos, isentos de resíduos químicos. Portanto, a agroecologia nos traz a idéia e a expectativa de uma nova agricultura, capaz de fazer bem aos homens e ao meio ambiente como um todo.
Com base em vários estudiosos e pesquisadores nesta área, a agroecologia tem sido reafirmada como uma ciência ou disciplina científica, ou seja, um campo de conhecimento de caráter multidisciplinar que apresenta uma série de princípios, conceitos e metodologias que nos permitem estudar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar agroecossistemas. E estes são considerados como unidades fundamentais para o estudo e planejamento das intervenções humanas em prol do desenvolvimento rural sustentável. Sob o ponto de vista da pesquisa
agroecológica, os primeiros objetivos não são a maximização da produção de uma atividade particular, mas sim a otimização do equilíbrio do agroecossistema como um todo.
            Em essência, o enfoque agroecológico corresponde à aplicação de conceitos e princípios da ecologia, da agronomia, da sociologia, da antropologia, da ciência da comunicação, da economia ecológica e de tantas outras áreas do conhecimento, no redesenho e no manejo de agroecossistemas que queremos que sejam mais sustentáveis através do tempo.
            Assim vemos que a agroecologia é uma tendência que a cada dia vem a ganhar mais espaço, visto que hoje há uma necessidade muito grande de se buscar novas alternativas de conservação e sustentabilidade.


Guilherme Teófilo e Bárbara Mourão.


Saúde e segurança alimentar: a questão dos agrotóxicos

A agricultura moderna trouxe mudanças nas cargas, modos de trabalho e riscos incorporados às novas atividades, que mais tarde passaram a se refletir na saúde, especialmente do trabalhador rural. Os agrotóxicos, também denominados de pesticidas, são atualmente responsáveis pelo comércio de bilhões de dólares em todo o mundo (Moreira et al., 2002). Foi durante a Segunda Guerra Mundial que ocorreu a produção, expansão e síntese de diversos compostos químicos, com propriedades antibióticas ou inseticidas. O DDT e outros organoclorados agem como neurotóxicos, como também na função endócrina. Por isso, indivíduos que contém altas concentrações de Dientrin no sangue, por exemplo, possuem maior quantidade de hormônio estimulante da tireóide – TSH, apresentando quadro de hipertireoidismo (Rathore et al., 2002). Estudos epidemiológicos de exposição ao DDT verificaram um aumento de câncer de mama em mulheres com altas taxas plasmáticas de DDE, um metabólito do DDT. Outras ações causadas pelo efeito estrogênico de organoclorados incluem: diminuição da quantidade de sêmen e câncer de testículo nos homens; indução de anormalidades no ciclo menstrual e aborto espontâneo em mulheres; diminuição do peso ao nascer e alteração no amadurecimento sexual (Carls en et al. apud Meyer et al., 1999; Toft et al., 2004).
A Organização Mundial da Saúde acredita que, anualmente, entre 3 e 5 milhões de pessoas sejam intoxicadas por agrotóxicos no mundo e resíduos destes produtos nos alimentos continuam a preocupar consumidores que carecem de informações.
 São sugeridas diversas ações para minimizar os efeitos dos agrotóxicos, como uma maior fiscalização na comercialização e uso destes produtos químicos, simplificação dos rótulos nas embalagens e maior adequação dos equipamentos de proteção. Espera-se que o exposto possa colaborar com ações preventivas.


                                              Valéria Moretto.